segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Brincando de Deus?


 
Talvez a maioria das pessoas que lerem o titulo desse post deve estar se perguntando: o que esse cara quer falar nessa postagem? Alguns até mesmo pensando que sou ateu ou atoa, ou coisa do tipo, mas não é bem assim.
Esses dias eu estava assistindo televisão e  pessoas brincando de Deus, eu não digo no sentido da criação, mas no sentido que todos nós tememos: O JUGAMENTO. Eles não são os únicos, todo mundo gosta de julgar e rotular outras pessoas, mas o fato é que quem estava fazendo isso eram justamente aquelas pessoas que se diziam seguidoras do cristianismo: Pastores. (Ao dizer pastores entenda como englobado todos da classe cristã, padres, pastores, bispos, papa, etc.)
Quando eu era criança aprendi na igreja que o único que tem direito de julgar é DEUS, mas eis a questão: Existem muitos homens por aí que se acham no direito de julgar os outros e têm respaldo no fato de serem vistos como ENVIADOS DE DEUS.

Quantos de vocês já se sentiram julgados nesse sentido? 
                                                                    - “Pode levantar a mão”.





Acho que se estivéssemos reunidos em algum lugar a maioria ou todos que estão lendo estariam com as mãos levantadas. A religião cristã não tem um histórico muito legal quando é esse o quesito, antigamente era praticamente impossível ir pro céu se levássemos ao pé da letra o que dizia a igreja, sem falar o quanto era caro ser julgado por ela como um merecedor do céu, certamente nenhum de nós iríamos pra lá se vivêssemos naquela época, talvez o céu fosse o paraíso justamente por terem poucas pessoas, afinal imagine o inferno quente como é e ainda lotado de gente, #tenso.


Inúmeros cientistas foram julgados como pecadores pela igreja e isso continua acontecendo. Nos dias atuais as pesquisas com células troncos têm levantando muitas discussões assim como o aborto. É como se as pessoas tivessem que abaixar a cabeça e ignorar futuros avanços na medicina que possibilitaria cura de várias doenças crônicas e até o mesmo ignorar o direito de terem um domínio sobre o seu corpo. Onde fica o bendito livre arbítrio?
Não que eu seja a favor do aborto, somente quero apontar aqui o fato de que quando as pessoas não sabem como usar um senso critico para opinar elas se deixam influenciar pela religião. Isso tem deixado os pastores muito mal acostumados, afinal o próprio rebanho amarrou uma cordinha no pescoço para serem puxados para o lado que for mais conveniente. A conseqüência disso é que eles gostaram da Brincadeira e nós não sabemos como pará-los.
Ao invés de excluir com seus julgamentos eles deveriam se preocupar em buscar soluções para alguns problemas sociais. Mas parece que é mais fácil excluir do que solucionar, ou melhor, é mais fácil excluir o próximo do que aceitar seu próprio equivocado e ignorante erro.
Se resolvêssemos quebrar os tabus que a sociedade em geral tanto teme, parando para discutir a respeito do aborto, prostituição, pesquisas científicas, sexualidade e outras tantas coisas poderíamos mudar as coisas e não ficarmos tão submissos nas mãos desses jogadores. Afinal quanto menos as pessoas sabem de um assunto melhor para eles, a verdade absoluta muitas vezes parte de uma distorção de um momento histórico-cultural.
Não acreditar na bíblia, o livro sagrado do cristianismo, para alguns é tido como um pecado mortal, podendo ser condenado ao inferno. Mas se a bíblia é um livro cristão, o que dizer dos budistas, hindus e árabes? Estariam eles condenados ao inferno por não acreditar na bíblia, vista por alguns como um livro editado por homens?
Jesus Cristo sem duvida alguma foi um dos homens mais ilustres que já andou sobre a superfície terrestre, os seus ensinamentos de paz e amor ao próximo deveriam ser seguidos por todos. Talvez se a igreja levasse a sério seus ensinamentos não teríamos tido a Inquisição ou até mesmo as sangrentas cruzadas. No mundo de hoje: talvez os homossexuais não precisassem criar uma igreja para poder viver sua condição sexual e quem sabe não existisse a homofobia.
A brincadeira tem se estendido até mesmo no cenário político brasileiro, candidatos a Presidência da República mudavam de opinião sobre o aborto e outros assuntos cada vez que se deparavam contra a opinião religiosa, aquela velha história da conveniência.
Dizer que não tem preconceito contra uma coisa, mas ao mesmo tempo dizer que não aceita tal coisa, e que a pessoa deve mudar sua conduta (mesmo ela sendo feliz e não ferindo a dignidade de ninguém com aquilo) pra poder ser salva é hipocrisia, muitas igrejas tentam tampar seu preconceito com a peneira com essas atitudes. Se eu gosto de ouvir Rock, MPB ou Pop, ler Crepúsculo, Machado de Assis ou Harry Potter, se eu visto calça jeans, camiseta e all-star, isso não me deixa menos crente em Deus do que alguém que lê livros de ajuda espiritual, ouve hinos o dia todo e anda veste social.
Deus é onipotente, onisciente e onipresente. Ele não tem preconceito contra gênero, religião, condição sexual, raça, cor, ideologia política, nacionalidade ou qualquer outro tipo de rotulação imaginável. Para ele somos todos iguais e irmãos. Deus está em tudo e em todos, cabe a cada um ter a capacidade de enxergá-lo em si e no próximo. A religião é apenas um referencial para o desenvolvimento espiritual, assim como na política e no mundo acadêmico, devemos saber processar criticamente o que o pastor ensina para o seu rebanho para não nos alienarmos.


 Não importa sua religião.

Não importa sua cor.



 
Não importa sua profissão ou a sua tribo.


Não importa sua condiçao sexual.

Deus te ama como voce é.


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